Thursday, April 19, 2007

Manuel Alegre Vs Campanha Novas Oportunidades

Li hoje na newsletter da Meios & Publicidade que o deputado socialista Manuel Alegre critica a nova campanha publicitária do programa Novas Oportunidades, no site do movimento MIC-Movimento de Intervenção e Cidadania. Para ele a nova campanha "é um insulto a todos aqueles que, pelas mais diversas razões, não possuem outras habilitações que não sejam a sua competência e o seu desempenho profissional".

Curioso que ao entrar no site do MIC, se encontra em destaque, um post de Carla Aguiar do DN com o título "Sete em dez trabalhadores só têm o ensino básico", onde também nos diz que 70% da população empregada em Dezembro de 2006 não frequentou o ensino secundário e que apenas 15,3% o concluiu. Dado o programa Novas Oportunidades tentar enfrentar este problema, Manuel Alegre chega a louvar o mesmo, sendo a sua crítica apenas direccionada à estratégia de comunicação, onde figuras conhecidas são apresentadas numa realidade alternativa, trabalhando ligadas à área em que actuam, mas no caso de não terem estudado.

Segundo o autor da crítica "uma coisa é defender uma segunda oportunidade em educação, outra é denegrir profissões apresentadas nesta campanha como desqualificantes. É uma questão de dignidade". Não consigo perceber qual o motivo que choca Manuel Alegre.

O papel da publicidade é conseguir uma reacção do público-alvo para a qual é desenvolvida e se, neste caso, fizer com que parte dos 70% da população empregada com apenas o ensino básico sinta que se estudasse poderia ser mais, que poderia atingir os seus sonhos, se sinta mal com uma atitude conformada e, pelo menos se informe das Novas Oportunidades, então estará a resultar.

Por outro lado, a dita campanha não insulta o público alvo. Mostra até que figuras que, à partida possam parecer distantes, são exactamente como eles. A única diferença é que estudaram. E em nenhum caso esse estudo é qualificado. Não é dito se têm licenciatura, curso técnico-profissional, secundário. Apenas que "Aprender compensa".


O estado da Educação no país e a falta de responsabilidade da maioria de nós como indivíduos em melhorar é que p deveria chocar.

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